sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A história de Rita e Mateus - Tinha um S
Tinha um S no corpo de Rita um S que vinha de silêncio e das horas que passávamos sem nos dizer nada, vinha sobretudo dos domingos em silêncio aquele S que era uma estrada percorrida por nós diariamente nas voltas do corpo de Rita, este nome corpo onde o S vinha também de solidão, que Rita sofria de uma solidão incurável e apegada e Rita tanto se apegava a ela que quase se esquecia de que o S de seu corpo vinha também de solar porque moça mais solar que Rita não havia sendo assim uma existência solar e solitária e silenciosa mas também serena, que o S vinha também de serena e satisfeita como só Rita sabia ser e era serena como uma tarde na beira do mar em Muriú ou uma noite na serra e sendo assim era um S que vinha também de simpatia e samba e serenata e um S que vinha também da senhorita d’outros tempos que ela era, da sirene em gargalhada, da sereia dobrando-se no lençol, da sinfonia de nossos dias e, novamente, da serenata e, naturalmente, da seresta e, sobretudo, S plural que vinha sobretudo de sobretudo, o S do corpo de Rita.
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