sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A história de Rita e Mateus - O beijo naquele jardim

O beijo naquele jardim de afeto era mais que um exercício de desejo, era um afago na cabeça do cachorrinho amigo era a volta cotidiana para casa era fome ao meio-dia de uma terça-feira, (não a cama, mas a mesinha de cabeceira), quando eu percebia que não tinha ninguém esperando por nós além de nós mesmos e então você era a solidez das sete da noite, “você está tão bonita”, você me dizia, me olhando surpreso jogar a bolsa no sofá, pegar um copo d’água na geladeira, “se pudesse, casava com você e a gente envelhecia, cada um na sua cadeira”, você me dizia, e me beijava com um beijo de um desejo tão puro tão macio tão morno e sobretudo tão constante que era quase um beijo sem sexo. Era assim o beijo naquele jardim, o beijo que eu não trocaria por nenhum outro, aquele beijo.

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